A VIDA ETERNA COLETIVA

"o instinto de perpetuação da espécie é prioritário sobre o de sobrevivência individual"




     Ao se observar a coletividade característica da vida, pode-se entender, de certo modo, o conceito de "vida é eterna". Assim, não se pode deixar de pensar em dois dos aspectos mais intrínsecos desse assunto. Nesse sentido, portanto, pode-se afirmar que, em todas as suas formas, a vida eterniza-se em sua descendência. E, apesar de alguns personagens usufruírem de fama e grande destaque pessoal, acabam conhecendo a efemeridade desse individualismo, exemplificando que cada elemento vital ganha sua verdadeira longevidade eterna quando se entende parte essencial dessa coletiva cadeia sucessória.


     Em primeiro lugar, todo indivíduo nasce cresce e morre, mas nesse processo ocorre a reprodução, e o descendente herda todas as características de seus ascendentes. Por exemplo, nos vegetais, o instinto de perpetuação da espécie é prioritário sobre o de sobrevivência individual. E desse modo, uma árvore que "sente" que vai morrer, por doença ou por interferências externas, concentra todas as suas forças para produzir frutos em grande quantidade num curto espaço de tempo, para garantir a perpetuação da sua espécie. E assim, continuará a viver em outro lugar como melhores condições. No famoso filme Brinquedo Assassino, o protagonista, Chucky, ganha vida, repleta de habilidades, num rito espiritual, quando um homem morre e transfere sua vida para o boneco. Além disso, no esporte olímpico de corrida de revezamento de bastão, cada atleta dá o melhor de si e passa um bastão para o sucessor, este usufrui do esforço do parceiro e repassa ao atleta a sua frente, sendo que só um cruza a linha de cegada e recebe a bandeirada da vitória, mas todos compartilham os prêmios e a glória.


     Em segundo lugar, grandes vultos da humanidade deixaram seus nomes marcados na história, fazendo crer que isso fosse, talvez, uma outra forma de vida eterna. Mas a conclusão final é que esses personagens são lembrados, justamente pelas contribuições à coletividade. Por exemplo, um professor forma-se, qualifica-se e ganha reconhecimento social. Mas seus conhecimentos se tornarão uma espécie de obesidade mórbida se não forem repassados às novas gerações, visto que só assim o professor continuará a viver, em seus ensinamentos, nos seus alunos. Além disso, um pajé de uma tribo indígena adquire grande prestígio em sua comunidade, pois com o objetivo de encontrar cura para novas doenças, faz uso de substâncias alucinógenas, que lhe fazem transcender ao entendimento normal, cumpre sua missão, mesmo que isso lhe encurte a vida com graves prejuízos adquiridos à própria saúde, pois entende que terá sua vitória na erradicação de doenças e na perpetuação de sua espécie, em seus descendentes.




     Portanto, a vida eterna está justamente na perpetuação de uma espécie, através de seus descendentes, em suas hereditárias cadeias sucessórias. No entendimento de que esse processo transforma o velho no novo, e que o novo sempre vem. E a efemeridade da vida individual é vencida pela longevidade evidenciada nos exemplos históricos dos eventos da coletividade, o que deixa claro  que cada elemento deve dar o melhor de si, pois assim continuará a viver eternamente repassando os bastões na corrida da vida eterna.

LuisBorsan.

2 comentários

  1. A individualidade apenas deixa claro que muitas pessoas pensam em si mesmas, no hoje, sem se preocupar no que vai deixar para os seus descendentes no futuro. Como exemplo, expressa o texto acima, vamos ser vitoriosos!

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  2. Acredito que o homem evolui pela sua perpetuação, mas me questiono: será que um dia a evolução "biológica" será acompanhada pela "humana"?

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